sábado, 20 de fevereiro de 2021

Palavrara


 a paz  lavra -se

se a palavra unidade

harmonia fio condutor

corpo virtual


confundir fornicar com

amor real


dizer bem è redundante 

mal è irrelevante

ignorar  uma `táctica

suja prerigosìssima

espiã  ou cobarde.


sublinha a cobiça que leva

o medíocre ao limite da loucura


Ler


 

Não ler è como ter vergonha

de perguntar amas - me ?


há uma razão  do  sèmem 

para os poetas se repetirem

os homens não ouvirem


não ler `è como ir ver o mar

e não  olhar para  o mar

Brisa


 Jà não faço  amor

sò amo


Sò o amor une grande

a independência a liberdade

Mendigo

Dedicado  a  Ana Pereira


Na rua não dou a quem  pede

o que pede sò dou a forma como

pede


No amor sò dou o que o amor

me pede não dou a forma como

 pede


e a vida peço  me dê leve

aquilo que ninguém pede

Solidão


 

Solidão è sentir o pè fugir no meio

da multidão è tomar a bica sem paixão

è remar contra a maré è sentir o tilintar 

da refeição na rua è calar a verdade nua

calando a voz da própria solidão 

Porto de AMOR


 


  Dedicado a Ana Pereira                                                                                                                      


Arte de  amar  o seu lume breve eu sou liquido

mas recolhido  no íntimo de uma jarra a tua boca

um clavicòrdio quer recordar que sou àreo  aéreo

vario porém sentado 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

No teu sorriso



Não sei quem me sonho sùbito 
toda a água do mar do porto
è transparente e vejo no fundo 
como uma estampa enorme
que là estivesse desdobrada
esta paisagem toda arenque
de árvores estrada a arder    

Espaço





 

AMO - TE


 Quero  um amo - te num olhar

um  amo -te no  calor dos nossos

corpos no som de uma canção

não existe espaço suficiente

no planeta com tamanha dimensão

com tamanha  órbita acolei - me

neste pensar e fiz dele o meu manicómio

Quero Capítulos Sem Margens


 Quero   capítulos  sem  margens

barcos sem âncoras

Quero ficar no silêncio


Quero  um amo-te numa 

respiração

Quero um amo -te num

olhar

um amo - te no  calor dos

nossos corpos

Se me dessem o cèu


 se me dessem  o céu  eu

elevava  - me estendia

os   meus  braços  mas

nunca ninguém   teve  

mãos suficientes para o trazer


era com se fosse um amo - te escrito

no primeiro parágrafo do livro que

jà li dezenas de vezes e do qual sabia

o final  era um amo - te numa página

ainda que não fosse em branco era como

se existisse o mar e eu  não pudesse entrar

nele não pudesse mergulhar nas suas  

profundidade e perceber  a transparência

 da sua beleza   interior não pudesse  sentir - me

livre ao voltar a superfície numa  onda ter a boca

salgada e  descobrir que o mais intenso permanece

em ti mesmo sem te esforçares para isso

Todas as vezes que me diziam amo - te

 amo - te

 Todas   as vezes que me dizeram   amo - te

eu  nunca  senti sò a ouvia

as vezes achava que o problema era eu 

sempre  insatisfeito por natureza o muito

sempre foi pouco  para mim o exagero

consegue satisfazer - me mas nem sempre

o cèu

DOLOROSO


 Hoje  o mais doloroso è não saber a cor

do batôn dos teus lábios a cor de batôn

que tens e isso é o   mais  belo que consigo

dizer

Desengane - se quem pensar o contrário


 desengana - se  quem  pensar o contrário

è sò  um  comando  desligado quando

na  vida encontramos  alguém que nos

ensina o significado da palavra AMOR

E eu encontrei - te foste tu que me ensinaste

Tão jovem


 cortinas corridas não  quero  que ninguém

veja as  cores  que  o  teu  corpo  emana

a  cada palavra  que  te  dirijo


nunca  me  senti  tão  jovem 

como  agora  e  nunca o  meu

coração  teve  tão  leve


aquilo  ao  que o  tempo  chama

idade

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Ès o canto da cotovia


 

ÈS   O CANTO  DA  COTOVIA

a  luz  da  noite  escura

o arco - íris o  sorriso

que  aproxima


ès  o  cuco  que  anuncia a chegada

da vitória


Ès  o  som  que  embala  e que  faz  dançar

ès  a  flor  que  brota  num  jardim  por

semear  ès   o  veludo  a sinfonia  que embala

o  vento  o  branco  da  bruma


segura a  minha  mão   prende - me  ao  teu  ventre

sou  a dura  escultura presa  ao  teu  corpo  para 

sempre


segura o meu coração prende - me  ao  teu  respirar

sou  a  lava  de  um  vulcão  que  explode  sò  de  te  ver




Em ti seria ...


 Em  ti  seria  sempre uma  batalha

perdida     mas  eu   contigo  não

me   importo   perder


foste   tu   que  me fizeste 

vencedor 


nunca  me  faltes ès  a  alta

montanha  que  là  se  vislumbra

o amor

Sei que posso cair


 Sei  que  posso  cair mas  tu

ensinaste - me a voar

as  vezes  pergunto - me

como  podes  ser  tão bela


como podem  as  palavras

serem  tão  insignificantes

para  te  descrever

Coragem


 Eu  mesmo sem  coragem dei  todos 

os  passos    por  vezes  lentos e  fatigados

atè   ao  único  precipício  que de tão  raro

ninguém  nuca  o  alcançou

Ensinaste -me


 ensinaste - me  que  a  sensação de  vertigem

è   enriquecedora   e  que podemos retirar  daquelas

paisagens se  tivermos a  coragem  de dar  mais um passo

Força do mar


 

Fiquei  ali  com  a  melodia  dos  pássaros

a  embalar - me  enquanto  o  teu  rosto

ilumina   o céu   tenho  a  força  do mar

Encontro - a  nos   teus  braços   e  se

algum  dia  tiveres  que  me  soltar

que  o  meu coração  pare  de  bater

que  os  meus  ossos  sejam  roídos que 

 o  sangue  pare  de  correr  nas  minhas

  veias  e  que o  meu  pó se   transforme 

 numa  semente  para  que  a  terra  brote 

numa   linda  árvore    com  o  cheiro  que

carrego  da  tua  pele nas  minhas  entranhas

Tocar as estrelas


 Encontrei - te  foste  tu que me  ensinaste

quão  raro  sendo  eu

apenas  um  ponto  no  mundo sentir - me

gigante ao  ponto de conseguir  tocar as

estrelas  e  toca - las  com  as pontas  dos

dedos  ficar  ali  com  a  melodia  dos  pássaros

a  embalar  - me  enquanto  o  teu  rosto ilumina

o  cèu

Cortinas Serradas


 portas e janelas fechadas 

estas palavras são tuas

não quero que o vento

as leve por  este mundo

fora e as sussurre  alguém 

ÈS A FLOR



Ès a Flor  que brota num jardim

por semear

Ès o veludo a sinfonia 

que embala  o vento

ès o branco da bruma

prende- me ao teu

ventre 

sou a dura escultura

preso no teu ventre

sou a lava de um

vulcão que explode sò 

de  te olhar

ÈS O CANTO DA COTOVIA


 

ÈS O CANTO DA COTOVIA

a alta montanha do amor

onde  de là se vislumbra

ès o canto da cotovia

a luz em noite escura

ès o som que embala

e faz dançar

Conheço outras vidas


 Conheço  outras  vidas se è que  posso

chamar  vida

São corpos  marionèticos sem cor

e sò me pergunto onde estás tu

que me desfocaste  todas as imagens

a minha volta

Tudo por nòs


 Isto  podia ser hiperbólico

mas não è

porque existe o teu

corpo

um corpo podia ser

um território calmo

onde repousar mas não  

è  porque o perfume

do teu corpo nunca permitiu

me repousar

ÈS O SOL


Ès o Sol   a   Terra

ès  o nascimento de tudo

e eu morro mais um pouco

cada vez que partes e levas

um pedaço de mim

PENSAMENTOS


 RODAS DE MAGIA

comandam Saturno o meu corpo

e eu não consigo que parem è o

meu pensamento que comanda

este momento e ès tu que comandas 

o meu pensamento

NÃO SEI MAIS O NORTE


 

NÃO SEI MAIS O NORTE

já não me importo

Quero o sul desde que tu

estejas là

quero  sò  o  teu sabor

o mercúrio da tua lìngua 

Ès a Flor mais bela do universo


Não precisei  de mergulhar nos oceanos

mais profundos para saber  que nada lá

encontrarei mais precioso do que o teu 

precioso coração que bate dentro de ti

Os espaços entre as estrelas  clamam

para preencheres com o brilho dos teus

olhos e eu clamo para que eles estejam

sempre na  minha direcção

 

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Saber agreste


 rosto  da minha alma

improviso na madrugada

húmido de beijos e de

lágrimas


ardor da terra com sabor

a mar o teu corpo perdia - se

no meu 


vontsde de ser barco ou cantar

chama - me louco por te amar


 no teu  rosto começa a madrugada

abrido a luz da rosa em rosa transparente

e molhada melodia distante mas segura

rompida da terra quente saber agreste redonda e madura

mar imenso praia deserta horizontal

e calma

O que trás o verão


 o que trás o verão não è  o desabrir

e ácido canto da cegueira que o sol 

ajudou a subir `a coroa do pinheiro

hoje o que me trás  o verão è o grito

negro

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

chama - me louco por amar


 sem romance para que lugares se dirigiam

as estradas solares os modestos caminhos

porque se construiriam casas aldeias

vilas e inteiros  Burgos

e astrónomos que haveriam

navegantes do tempo

sou um eterno sonhador que acredita no amor


 

sem o romance  para que sede

correriam as fontes


para que frutos as sementes aceitariam

transmudar - se para  que ondas os oceanos

ondulariam

submersa madrugada de inverno


 acorda - me um rumor

de ave

seja talvez durante a tarde

a querer voar a  levantar

do chão

qualquer coisa que vive

e è como um perdão

que eu nunca tive


talvez  nada

ou sò um olhar

que na tarde fechada

è ave

mas não pode voar

vê me inteiro


 vê - me  inteiro

despido  do meu corpo

vê a minha alma luminosa

para ti

nuvem


 uma  nuvem  pairava no ar 

movendo o nossos  pensamentos 

não  .. não  são os objectos

que mudam de lugar

è somente a nossa mente

que se transfigura e muda

de lugar


os objectos são imóveis

deixando para trás o passado


num suspiro de alívio 

em liberdade


amando  transbordando

lágrimas silenciosas que regam

silenciosamente a saudade em nòs

rumo ao amor

que transcende a dor

atè sempre mesmo ausente o sempre presente


em plena madrugada no conforto

do lar ausente sem nunca ter

nem dizer o adeus dir - te -ei

sempre atè sempre e comprimirei

naturalmente por essência paixão

amor dedicação perseverança 

natural jamais te direi adeus

porque te amo amar -te  - ei

sempre verdadeiramente como

eu te amo

LIBERDADE


 Ordem  inversa o vento

trocou à volta da ordem

do poema

despoletando a sua

liberdade

tão livre o poema

como o vento

liberto voando


seguindo rumo

a sua  destinatária


num voo livre

ao esbelto coração

seu amado cheio

de amor

Primavera


 algures  no mundo estou eu

esquecido  em mim

no bosque escuro


nunca vi o lago

quem me perdeu

aqui


quem  me inventou

com pernas e braços


que levaram de mim

dentro de cada um

eu

mas com que espaço

em que tempo senti


hoje sò sei do doce

e calmo abraço que

passo para ti

a tua visão em mim


 em ti a minha visão

è que desponta e desperta

a vida  no amor

que me escapava

entre os dedos

sem rumo

sem que eu

o soubesse

conter

pois sò em ti

o amor

recantos vazios


 lembro agora  os recantos

vazios a luz estreita dos

encantos a palavra solta

nos teus lábios

as teclas de um piano


quem de misericórdia

fuzilou o pianista

recantos vazios


 o silêncio  dorme em erva

alucinada

na mesa o limite da página

sagrada

alguém discute o indizível


segredo em filigrana

artesã 

foi a pedido da liberdade

o crime

Amar a palavra


 na porta  dos dedos  batem

as palavras sísmicas

e atesta abre -se


profusamente  digo

aquele que  escreve

infunde  o prodígio

respira ao cimo

com a luz nos

pulmões

atravessa  como  

se florisse no abismo

as veias transformadas

brilho rubro alguém

transpõe 

o silêncio  a crescer

algumas cores auxiliam


os fantasmas


as estrelas


 as estrelas cantam  o mar suspira

uma ilusão  numa alegria da noite

 que trás a paixão  de viver por

 momentos para rebentar os rebentos

secretos de tudo o que se trás no coração

numa noite que impera a solidão