sexta-feira, 17 de março de 2017

O AMOR

Não sei como dizer - te
que a minha voz procura
 - te e a atenção começa
a florir quando sucede
a noite esplêndida
e casta .

Não sei o que dizer especialmente

quando os teus pulsos enchem - se
de um brilho precioso e tu
 estremeces com o pensamento
chegado . Quando iniciado
o campo , o centeio imaturo
ondula tocado pelo pressentir
de um tempo distante , e na
terra crescida os homens
entram a vindima , - eu
não sei como dizer - te que
 cem ideias dentro de mim
procuram - te .

Quando as folhas da melancolia
arrefecem com astros ao lado
do espaço o coração è uma
semente inventada no seu
ascético escuro e no seu
 turbilhão de um dia ,
tu arrebatas os caminhos
da minha solidão como
se toda a minha casa
ardesse pousada na noite .

- E então não sei o que dizer
junto a taça de pedra de tão
jovem silêncio quando as
crianças acordam nas luas
espantadas que às vezes
 caem no meio do tempo ,

- no sei como dizer - te que
a pureza dentro de mim ,
procura - te .

Durante a primavera inteira
 aprenda os trevos , a água
sobrenatural , o leve e
abstracto correr do espaço
- e razão , mas quando
a sombra vai a cair
da curva sôfrega dos
meus lábios , sinto
que me falta um
girassol , uma
pedra , uma
ave - ave -
qualquer coisa
extraordinário .

Porque não sei como
dizer - te sem milagres
por dentro de mim è
o sol ,
o fruto ,
a criança ,
a água ,
o deus ,
o leite ,
a mãe ,
o amor ,
que te procura .




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