sexta-feira, 17 de março de 2017

Desde o Chão

Estreme - se às vezes  desde o chão  ,
por  ter  uma navalha na algibeira :
por  o sexo ser sumptuoso ,
por causa dos buracos luminosos
na camisa  tem - se medo do poder
da nudez . a finura da carne uma
unhada no coração :


O modo de fazer rodar o quarto :
O barulho que se ouve nos canos
onde a água vive - tudo
sob a ameaça de uma riqueza
brusca em nòs , quando um raio
se desencadeia pela coluna
vertebral abaixo , o golpe
entre as madeixas frias ,
toca - se na cama :
e nunca mais se dorme ,
 toca - se onde os pulmões
se cozem à boca para gritar ,
às vezes tem - se o dom de
fincar os pès na paisagem
em massa , um feixe
desfeixa - se no avesso
- estala fora , com que
 vozes se encontra a gente
quando
o pavor se faz música
ordem
exercício nominal ?

Arranca - nos a tudo como
se arranca a unha
a um dedo : ou o dedo
à mão
ao gesto
amassando a terra como
se penteia , pente que
reabre a chegada e alastra ,
que aprofunda
como o sangue aprofunda a claridade
pequena
de um lençol , se o lençol
se molha na costura que sangra
perpétuamente  à coroa irrompe
da cabeça pelo ímpeto
da realeza animal , o choque
 de um astro calcinaria tudo
- ceptro que nos crava no mundo
o manto
o escudo
os anèis como nòs nos dedos ,
morre de alta tensão ,
e relâmpago de um troço avistado ,
as voragens à força de janelas ,
ou è Deus que nos olha em cheio ;
Dentro







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